sábado, 5 de dezembro de 2009

Entrevista com Chris Weitz

O diretor de Lua Nova, Chris Weitz, acaba de se unir ao nível de um grupo muito seleto de diretores, como Chris Nolan e Sam Raimi, que abriram os seus filmes acima da marca de cem milhões de dólares. A novidade é uma doce vingança para um homem que teve o seu último filme, A Bússola De Ouro, completamente reorganizado pelos seus prévios chefes de estúdio. Confira a nossa entrevista com Chris Weitz, onde ele revela os seus momentos favoritos com o elenco, como ele lidou com a adoração dos fãs e com a intrusão dos paparazzi.

Qual era o seu maior medo em relação ao final de semana de estreia do filme?
Eu não tive temores em particular. Os números que seguiram foram suficientes para indicar que eu não desapontaria o estúdio. Mas se alguém pudesse imaginar o maior medo deles, este seria a completa rejeição do filme pelos fãs. O que eu percebi durante a última semana, é que eu não necessariamente recebo boas críticas por este filme. Tendo digerido isto, isso foi feito para os fãs, e se você não entende isso, então você não entende.

As críticas negativas surpreenderam você?
Nada me surpreende em termos de críticas. Tendo sido um crítico eu mesmo, há apenas duas formas de aceitar esta história. Ou você pode ser o cara que diz que este é um grande filme, ou mais provavelmente, ter uma visão mais distorcida da coisa toda. E, visto o bombardeio da mídia que tem acompanhado Lua Nova, a resposta é óbvia. Eu gostaria que houvesse mais apreço pelo cinegrafista Javier Aguirresarobe. Eu acho que ele é um gênio e eu acho que ele fez algo lindo.

Muitos fãs disseram que gostaram mais do filme que do livro, que Lua Nova era o livro “menos favorito” da série.
Lua Nova leva muito tempo para ser lido e você tem bastante tempo sem o Edward em cena. E aqui, na situação comprimida do filme, há menos tempo sem RPatzz e o fato que Taylor Lautner faz um ótimo trabalho para o público do livro, que era muito descrente com relação a ele, aqui está ele ao vivo, e é realmente alguma coisa.

Houve momentos em que você se sentiu coagido pelo livro? Algo que você queria retirar, mas não pôde?
O estúdio, o meu editor e eu, estávamos todos trabalhando no mesmo ritmo da música. A única forma de eu fazer isso interessante é comparar com a minha experiência anterior em A Bússola De Ouro. Eu não acho que o estúdio houvesse lido o livro. Talvez eles tivessem ouvido o áudio book enquanto bebiam Zinfandel. No fim das contas, eles ficaram chocados e assustados por aquilo. Em certo ponto, eles decidiram se livrar do autor. Eles consideraram e executaram o rearranjo e destruição daquilo que eu pensei que seria um filme muito bom. Foi uma pena e perseguiu os meus sonhos por volta de um ano.

Sério, você não dormiu por um ano?
Sim, eu perdi o meu sono por isso. Literalmente. Eu ficava acordado à noite, ponderando como eu poderia ter salvado ou mudado aquilo, ou se eu tivesse agido de forma diferente, eu poderia tê-lo tornado o que deveria ter sido. Infelizmente, a minha experiência foi que eu afundei com o navio. Eu poderia ter me demitido em um determinado momento. Em um universo paralelo – e o autor [Phillip] Pullman é realmente bom em universos paralelos – eu acordo e digo ‘tudo bem, rearranjem, mas vocês não me verão novamente’. Ao mesmo tempo, eu amava tanto o livro que se houvesse alguma chance de abdicar por uma versão melhor dele, eu não poderia abandoná-lo.

É interessante então que você tenha seguido com outra adaptação literária em outro estúdio, considerando o quão ruim foi da última vez.
Eu realmente gostei dos atores. Eu assisti ao primeiro filme e eu achei que havia algo especial quanto a Kristen [Stewart], ao Rob [Pattinson] e ao Taylor [Lautner]. Eu gostei dos níveis emocionais do livro. Eram coisas que eu sabia como fazer. Eu tinha essa teoria de que se você permanecesse fiel ao livro, você venceria. Você não ganharia apenas com os fãs, mas outras pessoas entenderiam com o que os fãs se importam. Se as bilheterias dizem alguma coisa, então é uma vitória. O filme arrecadou mais no seu primeiro dia do que toda a arrecadação bruta de A Bússola De Ouro. É extraordinário.

Quais foram os pontos altos e baixos em fazer Lua Nova?
Os baixos foram ter que gravar às cinco da manhã em uma floresta e lutar para conseguir certas cenas de forma que a sequência se unisse adequadamente. Foi uma floresta muito fria na Colômbia Britânica, e nós sabíamos que teríamos outra noite de filmagens da mesma forma no dia seguinte. Os altos foram os momentos de grande identificação com os atores. Com Taylor, os momentos antes que ele percebesse que iria fazer aquilo. Isto foi muito gratificante para mim.

Qual você acha que é a melhor cena do Taylor?
Quando ele entra no quarto da Bella. Há muita compaixão ali, apesar de ser um melodrama, há algo tocante quanto aquilo. Ou talvez o último momento que ele tem, quando ele diz o nome da Bella. Você meio que entende o quão apaixonado ele está naquele momento. Há alguns momentos em que ele é totalmente aquele cara e é realmente adorável. Ele é aquele cara para os fãs e aquilo foi o que eu sempre achei que ele poderia fazer.

Você acha que a Kristen evoluiu como atriz nesse filme?
Ela é instruída no que diz respeito a atores. Para mim, ela não pode errar. A experiência de trabalhar com ela e o calibre do trabalho que ela estava fazendo, foi bastante extraordinário. Vamos deixar de lado a garota apaixonada por um vampiro, a habilidade dela em manifestar essas emoções por baixo da superfície para conseguir demonstrar de forma correta acima da superfície. Ela é extremamente exigente consigo mesma, e nesses momentos quando eu pude dar espaço a ela para fazer isso, há muitas coisas das quais eu fiquei muito orgulhoso. Esse é um ponto alto.

Você fez o filme que queria dessa vez?
Sim, bastante. Em termos do que eu queria fazer com a aparência do filme, a aparência da fotografia, eu estou muito satisfeito com isso. E satisfeito em entrar em contanto com o elenco e a equipe e sentir que nós fizéssemos isso sob condições humanas também. Nenhum dos atores foi aquecido nos bastidores desse filme.

A música foi parte muito grande desse filme. Como tudo isso se uniu?
As músicas que entraram não tinham que ser tão boas como foram. Nós pedidos a bandas para criar alguma coisa em dias ou semanas. Nós exibimos o filme para os The Killers, Death Cab, para a Lykke Li e para Anya Marina. No caso do Thom Yorke, foi surpreendente e prazeroso que a música que ele criou ficou bem na cena de ação. Houve muitas músicas que não conseguiram, pois elas não encaixavam em um momento ou clima em particular, de forma alguma devido à qualidade delas. Em algum lugar por aí estava Anya Marina gravando Perfect Day. Há um trabalho adorável dos Republic Tigers, um trabalho adorável do Moby. Você poderia fazer um álbum muito bom das coisas que não entraram.

Você esteve em torno do mundo promovendo esse filme. Você já havia sido parte de algo como isso?
Nunca. É como ser o Ringo Starr. Há os super três e… o Ringo. Foi provavelmente isso que ele enfrentou bastante. ‘Hey Ringo, posso conhecer o Paul?’ Quando eu conheço os fãs há muito entusiasmo por minha causa, quando um dos garotos está por perto, ou se eles acham que eu posso conseguir algum encontro.

E quanto a lidar com os paparazzi?
Eu dei uma de Sean Penn em LAX. Quando nós estávamos saindo para a turnê européia. Nós havíamos saído da nossa conferência de imprensa em LA e alguém quase nos tirou da estrada, tentando alcançar um dos carros. Nós fomos seguidos por oito vans diferentes e houve uma corrida muito perigosa. E eu entendi pela primeira vez como as coisas aconteceram com a princesa Diana (eu não acho que eu seja a princesa Diana) e eu entendi pela primeira vez porque as celebridades ficam furiosas. O meu primeiro pensamento quando eu saí do carro foi ‘quem era aquele motorista do carro?’, eu nunca o encontrei, mas eu levantei alguém pelo capuz. Um fotógrafo. Ele estava no meu caminho. Eles tinham direito legal de estar lá, mas não tinha direito ético de estar lá, e ele estava obstruindo a minha passagem, e houve outra pessoa a quem eu ameacei quebrar os dentes. Eu não sou assim, mas eu me senti muito protetor e atacado naquele momento. Há uma grande diferença entre a atenção dos paparazzi e a atenção dos fãs. Os fãs tem sido adoráveis. Os paparazzi, em minha opinião, são uma forma muito baixa de primata.

Você acha que conseguirá levar garotos ao cinema para ver Lua Nova?
Eu acho que sim. Eu espero que não sejam apenas caras que foram arrastados até lá. E se eles forem arrastados até lá, eu espero que parte deles goste. E eu espero que eles admitam isso, se esse for o caso. Mas se não, eu espero que eles tenham uma boa noite com a namorada deles. Eu tive uma campanha imaginária que dizia ‘Sua namorada vai entrar em casa pensando no Edward, no Jacob ou em você’. Eu pensei que isso forçaria os homens a irem.


Fonte : Portal Twilight

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